Noite da Alma - Booktrailer

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Entrevista a Sophia CarPerSanti autora de "Noite da Alma"



Entrevista a Sophia CarPerSanti autora de "Noite da Alma"


Já sabemos que através da Internet temos oportunidade de conhecer novas pessoas e foi assim que conheci a escritora Sophia, autora de Noite da Alma. Gentilmente cedeu a responder algumas questões que me propus fazer-lhe e aqui está o resultado! Espero que gostem tanto como eu gostei! 


1 - Fala um pouco sobre ti.

Sou uma jovem de 32 anos, que espera vir a ser uma jovem de 40, uma jovem de 60 e, com alguma sorte, uma jovem de 80 anos.

Gosto de aprender coisas novas, pelo que já me debrucei sobre uma enorme variedade de temas mas, a nível mais formal (académico), licenciei-me em Educação Física e Desporto (licenciatura de 5 anos) e em Ciências Psicológicas, encontrando-me de momento a finalizar o Mestrado Integrado em Psicologia Clínica. Também estudei línguas, como o Inglês, o Espanhol, o Francês e o Japonês. Na minha lista de línguas a aprender encontram-se ainda o Mandarim e o Árabe.

Os meus gostos pessoais difundem-se pelas mais diversas áreas. Gosto de praticar actividade física, principalmente Voleibol, Iaido e tudo o que se encontre associado à música (Ginástica, Dança, Patinagem, etc.). Também dedico muito do meu tempo livre às Artes, em especial ao Desenho, à Pintura a Óleo e ao Artesanato.

Adoro ouvir música e, parte do meu cérebro, está sempre a cantar qualquer coisa. Não tenho nem estilos nem bandas preferidas, mas muitas canções que me acompanham, desde Fado, a Ópera, Bandas Sonoras (incluindo dos filmes da Disney), Metal Alternativo, Rock, JRock, JPop, etc.

Gosto de ir ao cinema e, embora não veja televisão, sigo as minhas séries preferidas via Internet, o que inclui a minha dose semanal e indispensável de Anime.

Viajar é outra das minhas paixões, a qual, felizmente, consigo alimentar pelo menos uma vez por ano.

Gosto de desafios, especialmente mentais, e de testar os meus limites e capacidades. Por esse motivo, gosto ainda mais quando sou surpreendida e as coisas se desenrolam de forma diferente daquela que inicialmente previ.

Acima de tudo, sou uma leitora compulsiva, tendo havido momentos, na minha vida, em que os livros eram o centro do meu mundo, pelo que andava com eles para todo o lado e até dormia com um ou dois volumes ao lado do travesseiro. :) Foi precisamente o gosto pela leitura e o fascínio pela possibilidade de criar novos mundos, novas vidas e novas histórias, que me levou a dedicar-me à escrita. Desde então, sempre que o mundo real me dá umas tréguas, é lá que a minha mente se encerra, por entre imagens, diálogos e acontecimentos que depois tento ‘passar para o papel’.

Actualmente, nada me dá mais prazer do que ter uma tarde livre para me sentar com o meu computador portátil, enrolada numa mantinha, e escrever. ^_^



2 - Quais as tuas influências e qual o teu género literário favorito?

Influências…? Várias. Muitas, mesmo. Desde os livros que li, aos filmes que vi e à vida das pessoas que me rodeiam.

No início, a maior influência provinha, claramente, dos livros, num sistema bem linear: Eu lia algo de que gostava e, a seguir, criava uma história semelhante, dava continuidade ao que tinha lido ou desenvolvia a história de uma das personagens.

Depois comecei a permear o que escrevia com outros factos, outros conhecimentos, até que passou a ser difícil determinar, concretamente, de onde proviera a ideia inicial.

Actualmente, reconheço que sou bastante influenciada pelas viagens que faço (principalmente a nível do setting onde as histórias se desenrolam) e pelos conhecimentos que fui adquirindo, tanto a nível académico, como através das pesquisas que faço quando dou asas aos meus interesses pessoais.

A colecção “Gaea” é bastante influenciada por áreas relacionadas com o Oculto e com a Espiritualidade, sobre as quais tenho vindo a debruçar-me ao longo dos anos, e que incluem tanto a Magia, como as Artes Divinatórias, as Religiões do Mundo, as Tradições Ancestrais, a Simbologia, os Mitos dos Povos da Antiguidade e as actuais correntes comummente denominadas como pertencentes à New Age.

Os meus géneros literários preferidos incluem o Romance, a Fantasia, o Fantástico, e a Ficção Científica. A bem dizer, gosto de tudo o que fuja ao mundo de todos os dias. Gosto ainda mais se, mesmo assim, a história possuir um elevado potencial de realidade.



3 - Quando soubeste que querias ser escritora e como foi o teu início na escrita?

Soube que queria ser escritora por volta dos 16 anos.

As minhas primeiras aventuras no mundo da escrita tiveram lugar quando tinha cerca de 10 anos e foram sob a forma de poesia. Nessa altura escrevia muito sobre a natureza e sobre as coisas que via e de gostava. Eram poemas curtos, de 3 ou 4 quadras, mas que, mesmo assim, deixavam a minha família toda deliciada. :)

A primeira vez que resolvi escrever em prosa devia ter uns 13 anos e ainda hoje guardo as folhas A4 que contam as aventuras de Griksla e Aifos, os meus dois primeiros heróis. No entanto, acabava sempre por me desinteressar dos meus projectos literários, principalmente porque, tal como disse anteriormente, eles eram moldados à imagem dos livros que lia e, por esse motivo, impregnados pelas emoções que me restavam, depois das minhas leituras. À medida que o empolgamento que sentia em relação a determinado livro ia diminuindo, o interesse que sentia pelo que estava a escrever também ia desaparecendo, pelo que acabava sempre por desistir.

No entanto, quando entrei para o 9º ano, tudo mudou. Foi então que conheci a minha melhor amiga. Como partilhávamos dos mesmos gostos e ideias, começámos a escrever juntas, uma coisa completamente nova. Escrevemos durante cerca de 9 anos e o fruto da nossa imaginação ocupa cerca de 80 cadernos A5. Até hoje, considero aquele o manuscrito mais louco e brilhante que alguma vez li e a sua complexidade deixa-me completamente atordoada, ainda mais porque metade foi escrito por mim.

Foi nessa altura que descobri o prazer de escrever e que fiquei completamente viciada na sensação.

Ainda no 11º ano iniciei um novo projecto, só meu, e o primeiro que levei em frente, intitulado “A Gema de Ominium”, do estilo Fantasia Épica. No entanto, com a faculdade pelo meio, a produção escrita teve de sofrer uma pequena diminuição.

Em 2008 resolvi mudar de estilo e experimentar algo novo e que, honestamente, achei ser incapaz de escrever. E foi assim que nasceu “Noite da Alma”, da colecção “Gaea”.



4 - Tens uma rotina ou horário de escrita ou deixas simplesmente a imaginação fluir?



Não tenho uma rotina.

Preferencialmente, escreveria todas as noites, da 1h am às 7h/8h am (que é o que habitualmente faço quando estou de férias). Mas como o ideal está longe de ser possível, escrevo sempre que posso, em qualquer lugar e a qualquer momento. Ando sempre com o caderno atrás e, quando não me é possível tirar o caderno de dentro da mala, escrevo no meu bloco de notas mental que, felizmente, nunca fica sem folhas e no qual já habitam alguns livros que tenho de passar para o computador.

Não elaboro projectos, antes de começar a escrever, embora saiba que deveria fazê-lo. No entanto vou tirando notas, principalmente a nível do tempo da história (chego mesmo a fazer calendários) e da descrição dos personagens. Quando estou em mundos diferentes, faço mapas e desenho cidades. Também já cheguei a desenhar alguns dos meus personagens, mas acabei por desistir. Embora goste muito de desenhar, não sou propriamente uma retratista e por isso ‘não tenho arte suficiente’ para passar as coisas para o papel, tal como as vejo na minha cabeça. Além do mais, gosto de permitir que os leitores imaginem os personagens que crio ao seu gosto, razão pela qual não quis fotografias na capa do meu livro.

Acima de tudo, gosto de deixar a imaginação fluir e nunca determino ou defino o fim de um livro que esteja a escrever, antes de efectivamente lá chegar. Gosto de ser surpreendida pelos meus próprios personagens. Eles é que me dizem como é que a história acaba.




5 - Por favor, fala-nos sobre o teu livro. Como surgiu a ideia inicial?

“Noite da Alma” foi o primeiro livro que escrevi num setting contemporâneo e a ideia inicial partiu de uma base bastante filosófica: Até que ponto o que consideramos ser o Bem é bom, e que consideramos ser o Mal é mau. Nele misturei muitos dos meus elementos preferidos: o romance, a magia, a inversão dos valores, a inevitabilidade e o poder que uma única decisão pode ter sobre as nossas vidas. Toca ainda temas como a religião, a reencarnação, a evolução das almas e as tradições ancestrais, segundo as quais o planeta Terra é um ser vivo, dotado de consciência e de um corpo próprio sobre o qual caminhamos.

Esta foi, também, a minha primeira tentativa de escrever um livro com um fim em si mesmo e que não fizesse parte de uma saga, como acontece com os livros que escrevi anteriormente. 

De resto, o livro é escrito pela Mari (personagem principal), que é o completo oposto de mim na maior parte das coisas, o que foi bastante divertido. Nunca tinha escrito nada na primeira pessoa que me obrigasse a deslocar-me tanto para fora de mim mesma e por isso foi um grande desafio e uma experiência bastante interessante.

À parte de Michael e Gabriel, os quais faziam parte do plano inicial, os restantes personagens foram surgindo à medida que ia escrevendo, e foram-se desenvolvendo e crescendo de formas, muitas vezes, surpreendentes, como é o caso de Lea, por quem me encontro perdidamente apaixonada. :)



6 - Quais os teus projectos futuros?

Para já, divulgar a “Noite da Alma” e conseguir que o livro chegue ao maior número de pessoas possível. E depois, quem sabe, editar os outros livros que já se encontram escritos dentro da colecção “Gaea”.

Assim que tiver um pouco mais de tempo, quero concluir o manuscrito que me encontro a desenvolver (“Sombra Branca”) e que, neste momento, se encontra completamente esquartejado, como se fosse um puzzle cheio de buracos. :) Quero ainda arranjar disponibilidade para dar uma boa revisão em “A Gema de Ominium”, que é um projecto que não pretendo abandonar.

Por último, e principalmente, continuar a escrever, sempre.



7 - Que conselhos darias às pessoas que sonham um dia verem os seus livros publicados?



Acima de tudo nunca, nunca desistir! Editar um livro é uma batalha que tanto pode ser vencida à primeira, como levar anos até que uma porta se abra.

Depois, é essencial que o escritor acredite em si mesmo. É claro que saber aceitar críticas é muito importante, mas saber quem somos e que escrita queremos produzir é ainda mais importante. É impossível agradar a toda a gente e se não nos mantivermos fiéis a nós mesmos, variando constantemente de acordo com as opiniões ou correndo atrás do que parece ser mais vendável ou mais interessante no momento, o mais certo é perdermo-nos, e o que escrevemos acabará por reflectir isso mesmo e deixará de ter alma. Um bom livro não é feito só de palavras bonitas e bem organizadas, de modo a formarem frases. Possui algo mais que o torna especial, que o faz brilhar, e que toca o leitor fazendo-o vibrar. Um livro assim só pode ser produzido se a mão que o escreve for honesta e obedecer à verdadeira natureza do autor.

Por último, e talvez o mais importante: Escrevam porque gostam, porque amam, porque adoram! Não vale a pena escrever porque gostaríamos muito de editar um livro, de ser famosos ou de ganhar dinheiro (até porque isso dificilmente acontecerá). Se escrevermos porque o simples acto de escrever nos dá prazer, nada nos pode derrubar. Nem as persistentes recusas das editoras, nem as críticas menos simpáticas, nem o facto de o nosso livro não ter tido o sucesso esperado. Como diz o ditado ‘Quem corre por gosto não cansa’. Alimentem-se a vocês mesmos, não fiquem á espera que sejam os outros a impulsionar-vos. Assim, se já nos encontrarmos em movimento pelas nossas próprias pernas, todos os empurrões que surgirem pelo caminho só vão servir para nos levar ainda mais longe. De igual modo, todas as pedras que nos fizerem tropeçar, nunca terão força suficiente para nos deixar eternamente estendidos no chão.




Perguntas rápidas:

Um livro: “A História Interminável”

Um autor (a): J. R. R. Tolkien

Um actor ou actriz: Johnny Deep

Um filme: “Braveheart”

Um dia especial: De sol, numa ilha deserta e tropical. A sombra de um coqueiro, uma brisa marítima, areia fina e macia, uma cesta de maracujás frescos, um bom livro à direita e um caderno e uma caneta à esquerda.

Um desejo: Um Portal de volta para casa.



E um grande obrigado à Sandra Sousa. ^_^

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