Noite da Alma - Booktrailer

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Pentagrama Esotérico - Parte I -



O Pentagrama Esotérico
- Parte I -
1. Origens e Significados

Um pentagrama (do grego antigo πεντάγραμμος) é uma estrela composta por cinco rectas e cinco pontas.
Trata-se de uma figura geométrica, dotada de vários significados, de acordo com as culturas e as épocas históricas da Humanidade.

2. Breve Abordagem Histórica

A origem mais antiga deste símbolo data de cerca de 3000 anos a.C., em escritos encontrados na Mesopotâmia.
Na Suméria os pentagramas serviam como pictogramas para a palavra “UB” que significava “canto, ângulo cavidade, buraco”. No sistema de hieróglifos/pictogramas usados na Suméria o pentagrama era usado com duas pontas para cima (actualmente considerado como pentagrama invertido).
De igual modo, foi também usado na Babilónia, contendo uma forte simbologia mágica e tomando parte de rituais pagãos como símbolo de protecção.

- Grécia
Na Grécia Antiga, os seguidores das filosofias de Pitágoras chamavam o pentagrama de ύγιεια, Hygieia, (saúde, também associado como a deusa grega da saúde, Hygieia), e viam-no como um símbolo matematicamente perfeito.
        
Os cinco vértices foram também usados pelos neo-pitagorianos para representarem os cinco elementos:
- ύδωρ Hydor: Água
- Γαια Gaia: Terra
- ίδέα Idea ou ίερόν Hieron:“a Partícula Divina”
- έιλή Heile: Fogo
- άήρ Era: Ar
Onde os vértices eram rotulados com as letras υ-γ-ι-ει-α.
A escola de Pitágoras representava o pentagrama com duas pontas para cima, de acordo com a doutrina de Pentemychos (as cinco câmaras). Pentemychos era também o local onde o primeiro filho pré-cósmico fora encarcerado de forma a que o cosmos ordenado pudesse surgir.

- Roma
Em Roma foi originalmente símbolo da deusa romana Vénus.
Foi associado a esta deusa devido a se esta a forma geométrica que o planeta Vénus desenha durante a aparente retroacção de sua órbita (Vénus descreve um pentagrama com a sua rota pelo Zodíaco, de 8 em 8 anos).
Por outro lado, também representava Lúcifer, que era Vénus na pele de Estrela da Manhã, aquele que trazia a luz e o conhecimento (note-se que na antiguidade Lúcifer não tinha a conotação que actualmente tem, a qual lhe foi imposta pela Igreja Católica)

- Cristianismo
Posteriormente os Cristãos também fizeram uso deste símbolo que, para eles, representava os cinco sentidos, pelo que as letras S, A, L, V e S encontravam-se inscritas em cada uma das pontas, sendo visto como um símbolo da saúde.
Os Cristão medievais conectavam o pentagrama com as cinco chagas de Jesus Cristo, pelo que este símbolo era visto como um talismã que afastava as bruxas e os demónios.
Na lenda Arturiana, surge no escudo de Sir. Gawain, no poema do século 14 ‘Sir Gawain e o Cavaleiro Verde’. Neste poema as cinco linhas do pentagrama apresentam diversos significados: os cinco sentidos, os cinco dedos, as cinco chagas de Cristo, as cinco maravilhas de Maria mãe de Jesus (a Anunciação, o Nascimento, a Ressurreição, a Ascensão e a Assunção) e as cinco virtudes da Cavalaria que Gawain desejava obter (Nobreza Generosa, Companheirismo, Pureza, Cortesia e Compaixão)
       
Provavelmente devido a interpretações erróneas das cerimónias mágicas onde era utilizado, tornou-se, posteriormente, um símbolo associado ao Satanismo e, consequentemente, rejeitado pela maioria dos Cristãos.
Contudo, o Pentagrama vê-se ainda figurado como fazendo parte de muitas construções Cristãs mais antigas, como sejam o Templo Nauvoo de Illinois e o Templo de Salt Lake, entre outros.

- Europa
Heinrich Cornelius Agrippa e outros perpetuaram a popularidade do pentagrama como símbolo de magia, mantendo os atributos dos cinco elementos originalmente decretados por Pitágoras.
A meio do século 19 surgem novas distinções no que respeita este símbolo, desenvolvidas por ocultistas quanto à orientação do pentagrama.
Assim, tendo uma ponta voltada para cima, o seu significado passaria pela presença do Espírito sobre os quatro elementos da matéria e era essencialmente ‘bom’. Contudo, o inverso, era considerado como um símbolo do ‘mal’.
“Um pentagrama invertido, com duas pontas projectadas para cima, é um símbolo do mal e atrai forças sinistras porque inverte a ordem certa das coisas e simboliza o triunfo da matéria sobre o espírito. É o bode da luxúria atacando o céu com os seus chifres.” Levi, Eliphas (1655). Transcendental Magic, its Doctrine and Ritual.
“Mantenhamos a figura da estrela de cinco pontas direita, com o triângulo apontando para o céu, pois este é o assento da sabedoria, e se a imagem se encontrar invertida, resultarão apenas a perversão e mal.” Harmann, Franz (c. 1695). Magic, White and Black.

- Satanismo
No Satanismo o pentagrama é usado com duas pontas para cima, muitas vezes inscrito no interior de um círculo duplo, com a cabeça de uma cabra no interior da estrela invertida. Este símbolo é referido como a Sigla de Baphomet.
No Satanismo de LaVeyan o pentagrama invertido é utilizado como símbolo de revolta ou identificação religiosa, pelo que as três pontas voltadas para baixo simbolizam a rejeição da Santíssima Trindade.

- Neo-Pagãos
Muitos Neo-Pagãos, especialmente os Wiccans, usam o pentagrama como um símbolo de fé, semelhante à cruz do Cristianismo ou à Estrela de David dos Judeus.
Para estes é um símbolo religioso que assume o significado original aceite pela escola de Pitágoras, pelo que cada um dos vértices da estrela representa um elemento (Fogo, Água, Terra e Ar) mais o Espírito (vértice superior).

Como represente dos elementos, o pentagrama participa das práticas Wicca em cerimónias de evocação dos espíritos elementais dos quatro quadrantes (direcções cardinais) no início de um ritual, evocação esta que estabelecerá uma barreira protectora em torno dos participantes. O círculo que muitas vezes circunscreve o pentagrama é visto como a união harmoniosa dos elementos.
No Neo-Paganismo o pentagrama é normalmente usado com um vértice a apontar para cima, principalmente devido às conotações negativas da sua forma invertida e decorrentes associações com o Satanismo. Contudo, em algumas tradições Wicca, o pentagrama com dois vértices para cima encontra-se associado com o Segundo Grau de Iniciação, não tendo qualquer relação com o Satanismo.

- Samael Aun Weor
Samael Aun Weor (fundador do Instituto Gnóstico de Antropologia) utilizou o pentagrama para representar o Atman ou o Cristo Interno. Assim, quando os membros de um homem se encontram em extensão, com os pés assentes no chão, cria-se o símbolo omnipotente do pentagrama.
Segundo Samael, nesta posição, através do mantra “Klim, Krishna, Govindaya, Gopijana, Vallebayah, Swahah” o Ser Interno despertaria e viria em auxílio do Iniciado, e nenhum demónio poderia resistir ao poder deste mantra, uma vez que o Logos de um indivíduo não pode ser vencido por nenhum demónio.
Em contraste com o Logos, o pentagrama invertido representa o Guardião Umbral, a antítese maligna do Pai Divino.

- Continua –

* Sophia C.

0 comentários:

Enviar um comentário